Pai de santo investigado por estupro descumpre medida protetiva e está foragido no DF
11/08/2025
(Foto: Reprodução) Mulher denuncia estupro e ameaças de suposto pai de santo no DF
Um pai de santo do Distrito Federal investigado por supostos estupros e abusos sexuais passou a ser tratado como foragido após descumprir medidas protetivas definidas pela Justiça.
Leandro Mota Pereira, conhecido na religião como Pai Leandro de Oxóssi, já era investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher I com base nas denúncias de pelo menos cinco vítimas, incluindo menores de idade.
No entanto, segundo o delegado Hudson Maldonado, da 13ª Delegacia de Polícia do DF (Sobradinho), Leandro se aproximou da escola onde uma das vítimas estuda na última semana.
Em razão desse descumprimento, a Justiça decretou a prisão preventiva de Leandro Mota a pedido da Polícia Civil. Agora, Leandro é considerado foragido.
A PCDF pede que qualquer informação sobre o paradeiro dele seja denunciada ao 197, com garantia de anonimato e sigilo.
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Pai de santo usava religião para abusar de vítimas
Os abusos teriam acontecido entre 2024 e 2025. Uma das vítimas, de 30 anos, relata que o homem "não tinha restrições" sobre o momento e nem o lugar onde cometia os abusos (veja vídeo acima).
O homem é conhecido como pai Leandro de Oxóssi e, de acordo com as investigações, utilizava de suas atribuições como entidade religiosa para abusar das vítimas.
As vítimas relatam ainda que eram ameaçadas e coagidas pelo pai de santo para não o denunciarem e nem procurarem ajuda.
De acordo com relato das vítimas à polícia, os abusos ocorreram no terreiro que Leandro é responsável em Planaltina, e também na loja de artigos religiosos que ele possui em Sobradinho.
A TV Globo tentou contato com Leandro Mota Pereira mas não obteve retorno.
'Ordens de uma entidade'
Leandro Mota Pereira conhecido como Pai Leandro de Oxóssi
Reprodução/TV Globo
Uma outra vítima, de 18 anos, conta que Leandro teria recebido ordem de uma entidade indicando que ela deveria dormir na casa dele durante os finais de semana.
A ordem, relatava o pai de santo, indicava que isso ajudaria a vítima a curar a ansiedade e a depressão.
A instrução teria sido passada a ela em maio de 2024, quando ela ainda tinha 17 anos. A vítima relata que toda noite bebida um chá ou suco oferecido por Leandro que a deixava sonolenta.
Em uma noite que ela rejeitou a bebida, a vítima acordou com Leandro nu em cima dela e foi coagida por ele a não contar nada.
O homem a ameaçou falando que se ela contasse para alguém sobre os abusos, ele, como pai de santo, faria uma macumba para matar seu irmão.
Ameaça contra filho da vítima
A vítima de 30 anos (vídeo no início da reportagem) conta que Leandro ameaçava matar seu filho caso ela contasse para alguém dos abusos e estupros que ele cometia.
A mulher conta que começou a frequentar o terreiro depois de um divórcio e que, em dado momento, foi forçada a ter relações sexuais com Leandro no terreiro que ele é responsável em Sobradinho.
Por meio da coação, o pai de santo dizia que o celular da vítima estava hackeado e por isso ele saberia caso ela pedisse ajuda ou contasse para alguém dos abusos.
Ela conta ainda que Leandro sabia onde ela, seu filho e sua família moravam, e que tinha medo de que o Pai de Santo fizesse algo com eles.
O homem chegou a usar nome de entidades para ameaçar a mulher. Ele dizia que se a vítima tivesse contato ou relação com qualquer outra pessoa, a entidade mataria seu filho.
Homem cometeu abuso sob efeito de álcool
Vítima de suposto pai de santo diz que foi abusada quando ele consumiu bebida alcoólica
Uma terceira vítima diz que foi abusada pelo homem quando ele consumiu bebida alcóolica. Ela era menor de idade na época (veja vídeo acima).
"O Leandro começou a se aproximar de mim, passar a mão pelo meu corpo e começou a falar para eu me aproximar dele", relata.
Ela conta que ficou desesperada e que tentou se afastar dele, depois ele desmaiou.
Mulheres pediram medidas protetivas
Duas das mulheres que registraram boletim de ocorrência denunciaram Leandro Mota Pereira por lesão corporal, estupro, Lei Maria da Penha e perseguição.
Com base nisso, as duas conseguiram medidas protetivas de urgência emitidas pelo juizado de violência doméstica e familiar.
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