Morador do DF descobre síndrome rara e passa 80 dias em semi-UTI durante tratamento contra câncer
13/08/2025
(Foto: Reprodução) Morador do DF descobre Síndrome de Stevens-Johnson durante tratamento contra o câncer
O maranhense Carlos Betonio, morador do Distrito Federal, descobriu que tinha uma doença rara enquanto fazia tratamento contra um câncer de próstata: a síndrome de Stevens-Johnson.
📌A síndrome de Stevens-Johnson é uma reação adversa grave, que pode ser provocada por medicamentos ou infecções, atingindo a pele e as mucosas (saiba mais abaixo).
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Carlos se mudou para Brasília nos anos 1990, onde constituiu família. Na pandemia, decidiu recomeçar a vida no Piauí, trabalhando na produção rural com a esposa e a filha mais nova. Mas, em 2023, foi diagnosticado com câncer e começou o tratamento.
Até que, em agosto de 2024, novos sintomas chamaram atenção. O câncer voltou, desta vez, em metástase. Carlos voltou para o DF para começar um novo tratamento, quando teve mais uma surpresa.
A filha de Carlos, Maria Eduarda Cunha, conta que o primeiro sintoma da síndrome foi o surgimento de caroços na pele do pai, acompanhados de uma coceira. Depois, a queimação.
"Incialmente, o que mais chamou atenção foi ver como a pele dele estava escurecendo, como alguém que realmente tinha se queimado, mas ele não teve nenhum contato com fogo", afirma.
Agora, com o diagnóstico, o produtor rural seguirá em Brasília, onde será acompanhado por médicos e também fará parte de um estudo sobre a síndrome conduzido por uma universidade nos Estados Unidos.
Diagnóstico veio em hospital público
Morador do DF descobre síndrome de Stevens-Johnson durante tratamento contra câncer.
Arquivo Pessoal
Oito dias após os primeiros sintomas, Carlos foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e chegou a ser encaminhado para a ala de queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).
O diagnóstico veio no Hospital Regional de Sobradinho depois de uma série de exames. Foram 80 dias na semi-UTI, recebendo cuidados específicos para a doença rara. Por 18 dias, bolhas apareciam na pele de Carlos.
A cada dois dias, o corpo era higienizado com soro e, diariamente, a pele tratada com óleo de girassol, além de alta ingestão de água para aliviar a sensação de queimadura.
"Nunca disseram o porquê, de onde veio, se foi do sangue, dos remédios ou da hemodiálise", conta o produtor rural.
O que é a síndrome de Stevens-Johnson
Carlos Betonio, morador do Distrito Federal, descobriu que tinha uma doença rara enquanto fazia tratamento contra um câncer de próstata.
TV Globo/Reprodução
A síndrome de Stevens-Johnson é uma reação adversa rara e potencialmente fatal, geralmente provocada por medicamentos ou infecções. Segundo a dermatologista Luana Portela, a síndrome pode ser desencadeada por remédios simples, como:
antibióticos
anti-inflamatórios
anticonvulsivantes
Os sintomas começam como uma gripe, mas evoluem rapidamente para erupções e bolhas dolorosas na pele e mucosas.
“A principal causa é medicamentosa, por isso orientamos que o paciente não faça uso indiscriminado de medicamentos sem orientação médica. O diagnóstico precoce é essencial”, afirma a dermatologista.
A síndrome não é contagiosa e, com o tratamento correto, a pele pode se regenerar gradualmente e sem necessidade de enxertos. De acordo com a dermatologista, o diagnóstico precoce é fundamental.
Medicamentos podem desancadear a Síndrome de Stevens-Johnson
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