Ex-gerente de hotel de luxo no DF vira réu por racismo e homofobia contra funcionários e hóspedes
12/08/2025
(Foto: Reprodução) Fachada do B Hotel em Brasília
Divulgação
O ex-gerente de um hotel de luxo no centro de Brasília foi indiciado pela Polícia Civil e denunciado pelo Ministério Público do Distrito Federal por injúria racial, racismo, homofobia e transfobia.
A denúncia foi recebida no último dia 6 e, com isso, Alfredo Stefani Neto é agora réu pelas condutas contra hóspedes e funcionários do B Hotel. A data do julgamento ainda será marcada.
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Em nota (veja íntegra abaixo), o B Hotel disse que afastou e, depois, demitiu o gerente "por entender que o comportamento deste funcionário não estava de acordo com os valores inegociáveis do grupo de respeito à diversidade e inclusão".
O hotel informou também que contratou consultores especializados em diversidade, equidade e inclusão, treinou a equipe e abriu canais de denúncia para evitar novos casos do tipo.
O g1 tentou contato com o ex-gerente e aguarda retorno.
De acordo com a investigação da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial (Decrin), o gerente ofendia trabalhadores da região Nordeste com frases preconceituosas como “nordestina burra”, “vai comer cuscuz” e “terrinha seca”.
Segundo o inquérito, ele também usou termos homofóbicos, como “bichona”, para se referir a um funcionário. Em outra ocasião, durante evento destinado ao público LGBTQIA+ próximo ao hotel, disse: “esses viados não vão embora”.
Também de acordo com o MP, o gerente se referiu a uma hóspede transexual como "uma coisa" e "um cara", e disse que não queria "isso" no hotel.
Os crimes teriam começado em junho de 2022.
"Até novembro de 2024, o denunciado continuamente ofendeu funcionários com base em sua aparência física e orientação sexual, criando ambiente de trabalho hostil, opressor e humilhante, conforme relatos de diversas testemunhas e vítimas", diz o MDFPT.
Se condenado, Alberto Stefani Neto pode pegar pena mínima de 10 anos de prisão. O Ministério Público também pediu indenização mínima de R$ 5 mil para cada vítima.
Autores de crimes de homotransfobia foram indiciados em apenas 12% dos casos
Íntegra
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo B Hotel:
Em referência à matéria publicada, o B Hotel vem a público informar que, tão logo soube das denúncias dirigidas ao senhor Alfredo Stefani Neto, determinou seu afastamento imediato, conduziu uma apuração interna rigorosa e, diante das evidências, procedeu à sua demissão por entender que o comportamento deste funcionário não estava de acordo com os valores inegociáveis do grupo de respeito à diversidade e inclusão nem à altura do serviço de excelência de nossos mais de 280 colaboradores.
Cientes de nossa responsabilidade e para reforçar nosso compromisso com um ambiente livre de discriminação e seguro para nossos colaboradores, adotamos uma série de medidas que visam melhorar nossos mecanismos de controle e políticas internas. São elas:
• Contratação de consultores especializados em diversidade, equidade e inclusão (DEI) para revisar e aprimorar as políticas internas;
• Realização de treinamentos obrigatórios sobre vieses implícitos, respeito às diferenças e ambiente de trabalho livre de discriminação;
• Criação de canais de denúncia, garantindo que colaboradores e hóspedes possam se manifestar com segurança e recebam retorno transparente e ágil;
• Avaliação contínua da nossa cultura organizacional, mediante realização de pesquisas com foco em prevenção e na promoção de um ambiente acolhedor para os hóspedes, colaboradores e parceiros.
Reiteramos que condutas incompatíveis com nossos princípios serão tratadas com total rigor e sem tolerância. Não compactuamos com qualquer comportamento que atente contra esses princípios. O B Hotel seguirá atuando de forma firme e transparente para assegurar que nossos valores sejam compreendidos por todos – colaboradores, fornecedores e hóspedes - em todas as nossas relações.
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