Bombeiro que matou dono de hamburgueria por causa de obra se entrega à polícia no DF
06/06/2025
(Foto: Reprodução) Ariston Ferreira Campos se apresentou em batalhão do Corpo de Bombeiros. Segundo delegado, sargento alegou legítima defesa, mas versão foi descartada pela polícia. Ariston Ferreira Campos (à esquerda) é procurado pela Polícia Civil do DF, suspeito de matar Joárdenes Rufino Sousa da Silva (à direita).
PCDF/Divulgação
O bombeiro militar da reserva e tatuador Ariston Ferreira Campos, de 50 anos, suspeito de matar o dono de uma hamburgueria em Sobradinho, no Distrito Federal, se entregou à polícia nesta sexta-feira (6). O crime ocorreu na tarde de terça-feira (4) e foi registrado por câmeras de segurança (veja vídeo abaixo).
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Segundo o delegado Hudson Maldonado, chefe da 13ª Delegacia de Polícia, de Sobradinho, Ariston se apresentou em um batalhão do Corpo de Bombeiros no Plano Piloto. Ele foi levado para a delegacia, onde teve a prisão decretada pela Justiça cumprida.
No interrogatório, Ariston disse que matou o vizinho de loja, Joárdenes Rufino Sousa da Silva, de 44 anos, por legítima defesa, mas a polícia descarta a versão por causa das imagens de uma câmera de segurança (saiba mais abaixo). O militar disse também que estava incomodado com as obras que a vítima fazia na hamburgueria que tinha no mesmo prédio onde o Ariston trabalha como tatuador.
📌O sargento foi levado ao Complexo Penitenciário da Papuda, onde ficará em uma ala destinada a militares da reserva.
Militar diz que foi ameaçado pelo dono da hamburgueria
Imagens mostram momento em que homem mata dono de hamburgueria no DF.
O militar disse que atirou porque a vítima fez uma ameaça. No entanto, as imagens do crime contradizem essa versão, segundo o delegado.
"As imagens demonstram que ele tinha, sim, duas alternativas: atirar ou não atirar. A vítima não lhe impôs nenhuma pressão ou ameaça para que ele efetuasse o disparo. [...] Ele agiu de forma deliberada e cruel, um ato banal, estúpido", diz Maldonado.
Arma ilegal pode ter sido usada no crime, diz polícia
O delegado também afirma que Ariston alegou ter usado uma pistola calibre .380, registrada no nome dele em razão da função de bombeiro militar. No entanto, a mesma arma foi declarada como extraviada há anos.
"Isso levanta a suspeita de que ele tenha utilizado uma arma ilegal, uma arma fria, e agora esteja com receio de responder também pelo crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo", diz Maldonado.
Ariston deve responder por homicídio qualificado por motivo torpe, fútil e por impossibilidade de defesa da vítima. A pena pode chegar a 30 anos de prisão. Ele foi levado ao Complexo Penitenciário da Papuda, onde ficará em uma ala destinada a militares da reserva.
Relembre o caso
O crime ocorreu na tarde de terça-feira (3), em frente à hamburgueria de Joárdenes Rufino Sousa da Silva, de 44 anos, em Sobradinho.
Ariston Ferreira Campos, que atirou na vítima, é bombeiro militar da reserva e tem um estúdio de tatuagem no mesmo prédio da hamburgueria.
Um vídeo, registrado por uma câmera de segurança, mostra que o militar chegou a pé, se aproximou da vítima e sacou a arma após uma rápida discussão. Em seguida, o sargento da reserva disparou contra o comerciante, que foi atingido no peito e caiu.
Segundo a PCDF, o militar e tatuador tem passagens por outros crimes de menor potencial ofensivo.
O Corpo de Bombeiros chegou a ser chamado por um pedreiro que presenciou o crime e tentou socorrer a vítima, mas Joárdenes não resistiu e morreu no local. Ele deixou esposa e quatro filhos.
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